quarta-feira, 5 de março de 2014

Imagens científicas de 2013



Você consegue adivinhar o que é a imagem acima? Ela garantiu o primeiro lugar na categoria fotografia. Trata-se de minúsculos corais (em rosa e roxo) que criaram um vórtice de água para puxar nutrientes flutuantes e limpar seus resíduos. (Crédito: Vicente I. Fernandez, Orr H. Shapiro, Melissa S. Garren, Assaf Vardi, Roman Stocker)
Você consegue adivinhar o que é a imagem acima? Ela garantiu o primeiro lugar na categoria fotografia. Trata-se de minúsculos corais (em rosa e roxo) que criaram um vórtice de água para puxar nutrientes flutuantes e limpar seus resíduos. (Crédito: Vicente I. Fernandez, Orr H. Shapiro, Melissa S. Garren, Assaf Vardi, Roman Stocker).  

Essas pequenas estrelas são na realidade os tricomas (os "pelos" que ficam na superfície) da folha de uma flor do gênero Deutzia, vistos no microscópio de luz polarizada. Marceneiros japoneses utilizam essas folhas para polir madeira. (Crédito: Stephen Francis Lowry; Steve Lowry Photography) Essas pequenas estrelas são na realidade os tricomas (os “pelos” que ficam na superfície) da folha de uma flor do gênero Deutzia, vistos no microscópio de luz polarizada. Marceneiros japoneses utilizam essas folhas para polir madeira. (Crédito: Stephen Francis Lowry; Steve Lowry Photography). 

Polímeros de automontagem se organizam de tal modo que lembram uma nave espacial em escala microscópica. (Crédito: Anna Pyayt e Howard Kaplan) Polímeros de automontagem se organizam de tal modo que lembram uma nave espacial em escala microscópica. (Crédito: Anna Pyayt e Howard Kaplan). 

Essa ilustração ficou com o primeiro lugar em sua categoria. Esses neurônios foram pintados com uma técnica em que os pigmentos são soprados na tela usando jatos de ar. (Crédito: Greg Dunn, Brian Edwards, Marty Saggese, Tracy Bale, Rick Huganir) Essa ilustração ficou com o primeiro lugar em sua categoria. Esses neurônios foram pintados com uma técnica em que os pigmentos são soprados na tela usando jatos de ar. (Crédito: Greg Dunn, Brian Edwards, Marty Saggese, Tracy Bale, Rick Huganir).


Nebulosa Cabeça de Cavalo

4 A nebulosa Cabeça de Cavalo é uma das imagens mais famosas feitas pelo telescópio Hubble. Esta visão recente a mostra em comprimentos de onda infravermelhos.

Explosão solar (Foto de 2013)

15 Entre 12 e 14 de maio de 2013, o sol liberou quatro intensas explosões de radiação. Estas explosões foram do tipo mais intenso conhecido. A imagem foi feita pelo Solar Dynamics Observatory, da NASA.

O que são alimentos geneticamente modificados? É seguro comê-los?

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Provavelmente você come alimentos geneticamente modificados com frequência e nem saiba disso. O advento da produção de organismos geneticamente modificados trouxe discursos sobre como esses alimentos poderiam reduzir os índices de pobreza e acabar com a fome no mundo. Duas décadas depois, os transgênicos ainda dividem a opinião pública e geram desconfiança.
Os principais questionamentos dos céticos são sobre as implicações éticas, econômicas, sociais, políticas e de saúde pública. Muita gente teme possíveis efeitos negativos para os seres humanos e para o meio-ambiente a longo prazo com a manipulação genética da natureza, já que o produção de alimentos transgênicos em larga escala é relativamente recente. 

Será que podemos ficar tranquilos ao ingerir alimentos geneticamente modificados? De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e a Organização Mundial da Saúde (OMS), sim.
As organizações são unânimes em afirmar que os transgênicos são seguros. Elas defendem que a tecnologia de manipulação genética realizada sob o controle dos protocolos de segurança não representa maior risco do que as técnicas agrícolas convencionais de cruzamento de plantas.

A história dos alimentos geneticamente modificados

Mas afinal, o que são alimentos geneticamente modificados? Por que eles começaram a ser produzidos?
Organismos geneticamente modificados (OGM) são manipulados geneticamente para favorecer características desejadas, como a cor ou o tamanho de uma espiga de milho. Os mais famosos OGM são os transgênicos, ou seja, os organismos que recebem parte do DNA de outro organismo. Também é possível alterar um gene sem DNA externo.
Apesar da produção em larga escala dos OGM ser recente, a história da manipulação genética das plantas tem pelo menos 10 mil anos, quando os seres humanos começaram a escolher os melhores grãos de cereais para plantar, os que produziam quantidades maiores e cresciam mais rapidamente, excluindo sementes com genética desfavorável à agricultura e cruzando as melhores plantas.
Mas, mesmo que as pessoas saibam domesticar as colheitas há milhares de anos, não quer dizer que elas entendiam porque tudo acontecia. Só no século 19, com a experiência de Gregor Mendel com ervilhas, a ciência genética moderna surgiu. E foi apenas na década de 1970 que os cientistas Herbert Boyer e Stanley Cohen foram capazes de afetar diretamente a expressão do genoma de uma planta. Essa intervenção direta, conhecida como engenharia genética, envolve mutação, exclusão ou adição de material genético para alcançar o efeito desejado.
A capacidade de suportar pragas é apenas uma das características positivas que foram alcançadas com a modificação transgênica. Desde a primeira safra de OGM plantada em 1994, cientistas e empresas agrícolas conseguiram criar culturas resistentes a doenças, com melhores valores nutricionais, com validade mais longa e até produzir produtos farmacêuticos.
Atualmente, 85% das lavouras de milho do Brasil e dos Estados Unidos são variedades transgênicas. A soja brasileira – consumida pela população no óleo de cozinha, leite de soja, tofu, bebidas e outros produtos – é transgênica, na maior parte. Quase um terço das imensas plantações de soja no país são variedades geneticamente modificadas. Em 2001, a Empresa Brasileira para Pesquisa Agropecuária (Embrapa), ligada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, conseguiu aprovação para o cultivo comercial de uma variedade geneticamente modificada do feijão. As sementes devem ser distribuídas aos produtores brasileiros ainda em 2014. Assim, o prato do brasileiro recebe cada vez mais alimentos modificados geneticamente.

Riscos

Todos os dias, os seres humanos consomem entre 0,1 e 1 grama de DNA em sua dieta. Portanto, os transgenes de plantas geneticamente modificadas não são um material novo para os sistemas digestivos, além de estarem presentes em quantidades ínfimas. No milho transgênico, os transgenes representam cerca de 0,0001% do DNA total.
Décadas de pesquisa indicam que o DNA não tem toxidade direta na alimentação. Pelo contrário, uma pesquisa de 1999 mostrou que nucleotídeos exógenos desempenham papeis importantes do intestino e sistema imunológico.
Apesar da enorme desconfiança da população europeia com alimentos geneticamente modificados, a União Europeia, como parte da iniciativa Europa 2020, gastou uma década (e centenas de milhões de euros) investigando a segurança e a eficiência dos OGM, e descobriu que eles não representam riscos à saúde dos cidadãos.
O maior perigo dos OGM é que uma nova cultura em ascensão leve agricultores a produzirem apenas a nova variedade de um alimento, e cultivá-la em excesso. Assim, se surgir uma praga inesperada da qual a planta não esteja protegida, ela poderia ser devastada e até mesmo entrar em extinção. Os efeitos econômicos seriam devastadores.
Outra questão é que as corporações agrícolas que desenvolvem os OGM viram proprietárias das sementes. Isso pode levar a um potencial abuso ou manipulações forçadas que obriguem os agricultores a comprar sementes apenas de uma empresa, e seus respectivos agrotóxicos.
Tudo indica que os alimentos geneticamente modificados não são uma ameaça, apenas mais uma ferramenta que deve ser utilizada de forma inteligente. Assim como a tecnologia nuclear tem sido utilizada para destruir cidades ou produzir energia, a modificação genética pode ser valiosa – ou negativa – para a sociedade, dependendo do modo como a utilizarmos. [GizModo/Wikipedia/Terra]

Uso de paracetamol na gravidez x déficit de atenção e hiperatividade nos filhos.

 Tá explicado! 

Uso de paracetamol na gravidez pode levar a déficit de atenção e hiperatividade nos filhos

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Paracetamol (ou acetaminofeno), encontrado em diversos remédios como Excedrin e Tylenol, fornece alívio para dores de cabeça e dores musculares. Quando usado adequadamente, é considerado na sua maioria inofensivo. Nas últimas décadas, a droga tornou-se o medicamento mais comumente usado por mulheres grávidas para febres e dores.
Agora, um estudo de longo prazo feito pela Universidade da Califórnia em Los Anegeles (EUA), em colaboração com a Universidade de Aarhus, na Dinamarca, tem levantado preocupações sobre o uso do paracetamol durante a gravidez. 
O estudo mostrou que tomar a droga durante a gravidez está associado a um risco maior de crianças com transtorno hiperquinético ou hipercinético, uma forma particularmente grave do transtorno de déficit de atenção com hiperatividade (TDAH).
TDAH, um dos transtornos neurocomportamentais mais comuns em todo o mundo, é caracterizado por desatenção, hiperatividade, aumento da impulsividade e desregulação motivacional e emocional.
“As causas do TDAH e transtorno hipercinético não são bem compreendidas, mas ambos fatores ambientais e genéticos contribuem claramente”, disse Beate Ritz, uma das autores sêniores do estudo. “Sabemos que tem havido um rápido aumento em distúrbios neurológicos, incluindo TDAH, ao longo das últimas décadas, e é provável que o aumento não seja apenas atribuído a melhores diagnósticos ou sensibilização dos pais. É provável que existam componentes ambientais também”.
Por conta disso, os pesquisadores resolveram procurar causas ambientais evitáveis que poderiam desempenhar um papel na doença. Parte da neuropatologia pode já estar presente no momento do nascimento, fazendo com que a exposição durante a gravidez e/ou infância fosse de interesse particular. Como o paracetamol é o medicamento mais comumente usado para dor e febre durante a gravidez, os cientistas focaram nele.

O estudo

Os pesquisadores usaram um estudo nacional dinamarquês sobre gestações que incide especialmente sobre os efeitos colaterais dos medicamentos e infecções. Eles estudaram 64.322 crianças e mães com dados de 1996 a 2002. O uso do paracetamol durante a gravidez foi determinado por meio de entrevistas telefônicas realizadas até três vezes durante a gravidez, e seis meses após o parto.
Os pesquisadores acompanharam os pais até quando seus filhos atingiram a idade de 7 anos, perguntando sobre os problemas comportamentais das crianças através de um questionário padrão que avalia cinco domínios, incluindo sintomas emocionais, problemas de conduta, hiperatividade, relações entre pares e comportamento social.
Além disso, obtiveram diagnósticos de transtorno hipercinético entre as crianças do estudo a partir de registros de hospitais dinamarqueses.
Mais da metade de todas as mães relataram o uso de paracetamol durante a gravidez. Os pesquisadores descobriram que as crianças cujas mães usaram a droga tinham um risco 13 a 37% maior de receber um diagnóstico hospitalar de distúrbio hipercinético, ser tratado com medicamentos de TDAH ou apresentar comportamentos de TDAH aos 7 anos.
Quanto mais tempo o paracetamol foi tomado – ou seja, nos segundo e terceiro trimestres de gravidez -, mais fortes foram as associações. Os riscos foram elevados para 50% ou mais quando as mães tinham usado o analgésico comum por mais de 20 semanas na gravidez.

Conclusão

“Sabe-se a partir de dados obtidos em estudos com animais que o paracetamol é um disruptor hormonal, e exposições hormonais anormais na gravidez podem influenciar o desenvolvimento cerebral do feto”, disse Ritz.
Paracetamol pode atravessar a barreira placentária, por isso é plausível que a droga possa interromper o desenvolvimento do cérebro fetal, interferindo com hormônios maternos ou através de neurotoxicidade, como a indução de estresse oxidativo, que pode causar a morte de neurônios.
“Precisamos de mais pesquisas para verificar estes resultados, mas se eles se mostrarem verdadeiros, então o paracetamol não deve mais ser considerado uma droga segura para o uso durante a gravidez”, disse o Dr. Jørn Olsen, outro autor sênior do estudo. [ScienceDaily]

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Pulmões funcionais.

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Pulmões são órgãos notoriamente delicados, o que faz com que doadores utilizáveis sejam difíceis de se conseguir.
No entanto, pesquisadores da Universidade do Texas (EUA) estão chegando mais perto de enfrentar a escassez de pulmões, criando-os em laboratório. 
Os cientistas usaram pulmões danificados de duas crianças que morreram em acidentes de carro. Com engenharia de tecidos, arrancaram todas as células dos pulmões e deixaram para trás apenas sua “forma”, a intrincada teia de proteínas que mantém as células no lugar.
Em seguida, revestiram esta estrutura com células pulmonares viáveis de um segundo par de pulmões, não adequados para transplante. Finalmente, os cientistas colocaram os órgãos resultantes em um banho de nutrientes durante quatro semanas, para permitir que as células crescessem e recriassem totalmente o tecido pulmonar. 
Os novos pulmões eram idênticos em aparência ao órgão real, apenas mais suaves e menos densos. Eles não chegaram a ser transplantados, mas a tecnologia poderia um dia ajudar a encurtar a lista de pessoas à espera de doadores.
Outras pesquisas já tentaram fazer o mesmo – criar pulmões em laboratório -, mas retirar todas as células de um órgão era uma tarefa que podia levar até quatro meses para ser concluída. 
Na imagem A é possível ver a estrutura antes das novas células serem incluídas. O produto final é a imagem B.
O estudo recente introduziu um dispositivo que acelerou esse processo a até três dias. Os pulmões resultantes são brancos, por causa da falta de fluxo de sangue no novo órgão.
E quando é que esses pulmões renovados vão salvar a primeira vida humana? 
Vai demorar. Embora a equipe tenha sido bem sucedida neste primeiro passo, precisa de pelo menos 10 anos de avaliações para assegurar que pessoas possam receber o órgão artificialmente criado.
A boa notícia é que os pesquisadores já planejam começar a testar os pulmões cultivados em laboratório em suínos no próximo ano. [DiscoverMagazine]


sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Ler preserva a memória.


 Atividades que exercitam o cérebro, como ler, diminuem até 15% perda de memória
 Atividades que exercitam o cérebro, como ler, diminuem até 15% perda de memória.
 
Cultivar o hábito de ler e escrever regularmente pode contribuir para preservar a memória por mais tempo. Estudo feito por pesquisadores do Centro Médico da Universidade Rush, de Chicago, com 294 idosos indica que se dedicar a esse tipo de atividade reduz a velocidade do processo de deterioração mental (Neurology, 3 de julho). Essas práticas saudáveis podem diminuir até 15% o ritmo de progressão da perda da memória. ”Nosso estudo mostra que adotar atividades que estimulam o cérebro ao longo da vida, desde a infância até a idade avançada, é importante para manter a saúde mental na velhice”, diz Robert S. Wilson, principal autor do trabalho. Não abandonar esse estilo de vida com o passar dos anos também se mostrou importante. O declínio cerebral entre os idosos que liam ou escreviam com frequência ainda na velhice ocorreu em um ritmo 32% mais lento do que entre os que faziam isso com uma constância menor. Os velhos que quase nunca se dedicavam a essas atividades apresentaram uma velocidade de deterioração mental 48% maior do que os que liam e escreviam esporadicamente. Os pesquisadores acompanharam os participantes do estudo durante cerca de seis anos, até o momento de sua morte, em média aos 89 anos. Anualmente, submeteram os idosos a testes de memória e cognição e os entrevistaram sobre seus hábitos de leitura ao longo da vida. Fizeram ainda uma autópsia no cérebro dos velhos para determinar a incidência de lesões e placas associadas a demências.