História Natural, Ciências e Tecnologia.
quarta-feira, 5 de março de 2014
Nebulosa Cabeça de Cavalo
A nebulosa Cabeça de Cavalo é uma das imagens mais famosas feitas pelo
telescópio Hubble. Esta visão recente a mostra em comprimentos de onda
infravermelhos.
Explosão solar (Foto de 2013)
Entre 12 e 14 de maio de 2013, o sol liberou quatro intensas explosões de
radiação. Estas explosões foram do tipo mais intenso conhecido. A imagem
foi feita pelo Solar Dynamics Observatory, da NASA.
O que são alimentos geneticamente modificados? É seguro comê-los?
Provavelmente você come alimentos geneticamente modificados com
frequência e nem saiba disso. O advento da produção de organismos
geneticamente modificados trouxe discursos sobre como esses alimentos
poderiam reduzir os índices de pobreza e acabar com a fome no mundo.
Duas décadas depois, os transgênicos ainda dividem a opinião pública e
geram desconfiança.
Os principais questionamentos dos céticos são sobre as implicações
éticas, econômicas, sociais, políticas e de saúde pública. Muita gente
teme possíveis efeitos negativos para os seres humanos e para o
meio-ambiente a longo prazo com a manipulação genética da natureza, já
que o produção de alimentos transgênicos em larga escala é relativamente
recente.
Será que podemos ficar tranquilos ao ingerir alimentos geneticamente
modificados? De acordo com a Organização das Nações Unidas para a
Alimentação e a Agricultura (FAO) e a Organização Mundial da Saúde
(OMS), sim.
As organizações são unânimes em afirmar que os transgênicos são
seguros. Elas defendem que a tecnologia de manipulação genética
realizada sob o controle dos protocolos de segurança não representa
maior risco do que as técnicas agrícolas convencionais de cruzamento de
plantas.
A história dos alimentos geneticamente modificados
Mas afinal, o que são alimentos geneticamente modificados? Por que eles começaram a ser produzidos?
Organismos geneticamente modificados (OGM) são manipulados geneticamente para favorecer características desejadas, como a cor
ou o tamanho de uma espiga de milho. Os mais famosos OGM são os
transgênicos, ou seja, os organismos que recebem parte do DNA de outro
organismo. Também é possível alterar um gene sem DNA externo.
Apesar da produção em larga escala dos OGM ser recente, a história da
manipulação genética das plantas tem pelo menos 10 mil anos, quando os
seres humanos começaram a escolher os melhores grãos de cereais para
plantar, os que produziam quantidades maiores e cresciam mais
rapidamente, excluindo sementes com genética desfavorável à agricultura e
cruzando as melhores plantas.
Mas, mesmo que as pessoas saibam domesticar as colheitas há milhares
de anos, não quer dizer que elas entendiam porque tudo acontecia. Só no
século 19, com a experiência de Gregor Mendel com ervilhas, a ciência
genética moderna surgiu. E foi apenas na década de 1970 que os
cientistas Herbert Boyer e Stanley Cohen foram capazes de afetar
diretamente a expressão do genoma de uma planta. Essa intervenção
direta, conhecida como engenharia genética, envolve mutação, exclusão ou adição de material genético para alcançar o efeito desejado.
A capacidade de suportar pragas é apenas uma das características
positivas que foram alcançadas com a modificação transgênica. Desde a
primeira safra de OGM plantada em 1994, cientistas e empresas agrícolas
conseguiram criar culturas resistentes a doenças, com melhores valores nutricionais, com validade mais longa e até produzir produtos farmacêuticos.
Atualmente, 85% das lavouras de milho do Brasil e dos Estados Unidos
são variedades transgênicas. A soja brasileira – consumida pela
população no óleo de cozinha, leite de soja, tofu, bebidas e outros
produtos – é transgênica, na maior parte. Quase um terço das imensas
plantações de soja no país são variedades geneticamente modificadas. Em
2001, a Empresa Brasileira para Pesquisa Agropecuária (Embrapa), ligada
ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, conseguiu
aprovação para o cultivo comercial de uma variedade geneticamente
modificada do feijão. As sementes devem ser distribuídas aos produtores
brasileiros ainda em 2014. Assim, o prato do brasileiro recebe cada vez
mais alimentos modificados geneticamente.
Riscos
Todos os dias, os seres humanos consomem entre 0,1 e 1 grama de DNA
em sua dieta. Portanto, os transgenes de plantas geneticamente
modificadas não são um material novo para os sistemas digestivos, além
de estarem presentes em quantidades ínfimas. No milho transgênico, os
transgenes representam cerca de 0,0001% do DNA total.
Décadas de pesquisa indicam que o DNA não tem toxidade direta na
alimentação. Pelo contrário, uma pesquisa de 1999 mostrou que
nucleotídeos exógenos desempenham papeis importantes do intestino e
sistema imunológico.
Apesar da enorme desconfiança da população europeia com alimentos
geneticamente modificados, a União Europeia, como parte da iniciativa
Europa 2020, gastou uma década (e centenas de milhões de euros)
investigando a segurança e a eficiência dos OGM, e descobriu que eles
não representam riscos à saúde dos cidadãos.
O maior perigo dos OGM é que uma nova cultura em ascensão leve
agricultores a produzirem apenas a nova variedade de um alimento, e
cultivá-la em excesso. Assim, se surgir uma praga inesperada da qual a
planta não esteja protegida, ela poderia ser devastada e até mesmo
entrar em extinção. Os efeitos econômicos seriam devastadores.
Outra questão é que as corporações agrícolas que desenvolvem os OGM
viram proprietárias das sementes. Isso pode levar a um potencial abuso
ou manipulações forçadas que obriguem os agricultores a comprar sementes
apenas de uma empresa, e seus respectivos agrotóxicos.
Tudo indica que os alimentos geneticamente modificados não são uma
ameaça, apenas mais uma ferramenta que deve ser utilizada de forma
inteligente. Assim como a tecnologia nuclear tem sido utilizada para
destruir cidades ou produzir energia, a modificação genética pode ser
valiosa – ou negativa – para a sociedade, dependendo do modo como a
utilizarmos. [GizModo/Wikipedia/Terra]
Uso de paracetamol na gravidez x déficit de atenção e hiperatividade nos filhos.
Tá explicado!
Uso de paracetamol na gravidez pode levar a déficit de atenção e hiperatividade nos filhos
Paracetamol (ou acetaminofeno), encontrado em diversos remédios como
Excedrin e Tylenol, fornece alívio para dores de cabeça e dores
musculares. Quando usado adequadamente, é considerado na sua maioria
inofensivo. Nas últimas décadas, a droga tornou-se o medicamento mais comumente usado por mulheres grávidas para febres e dores.
Agora, um estudo de longo prazo feito pela Universidade da Califórnia
em Los Anegeles (EUA), em colaboração com a Universidade de Aarhus, na
Dinamarca, tem levantado preocupações sobre o uso do paracetamol durante
a gravidez.
O estudo mostrou que tomar a droga durante a gravidez está associado a
um risco maior de crianças com transtorno hiperquinético ou
hipercinético, uma forma particularmente grave do transtorno de déficit
de atenção com hiperatividade (TDAH).
TDAH, um dos transtornos neurocomportamentais mais comuns em todo o
mundo, é caracterizado por desatenção, hiperatividade, aumento da
impulsividade e desregulação motivacional e emocional.
“As causas do TDAH e transtorno hipercinético não são bem compreendidas, mas ambos fatores ambientais e genéticos contribuem claramente”,
disse Beate Ritz, uma das autores sêniores do estudo. “Sabemos que tem
havido um rápido aumento em distúrbios neurológicos, incluindo TDAH, ao
longo das últimas décadas, e é provável que o aumento não seja apenas
atribuído a melhores diagnósticos ou sensibilização dos pais. É provável que existam componentes ambientais também”.
Por conta disso, os pesquisadores resolveram procurar causas
ambientais evitáveis que poderiam desempenhar um papel na doença. Parte
da neuropatologia pode já estar presente no momento do nascimento,
fazendo com que a exposição durante a gravidez e/ou infância fosse de
interesse particular. Como o paracetamol é o medicamento mais comumente
usado para dor e febre durante a gravidez, os cientistas focaram nele.
O estudo
Os pesquisadores usaram um estudo nacional dinamarquês sobre
gestações que incide especialmente sobre os efeitos colaterais dos
medicamentos e infecções. Eles estudaram 64.322 crianças e mães com
dados de 1996 a 2002. O uso do paracetamol durante a gravidez foi
determinado por meio de entrevistas telefônicas realizadas até três
vezes durante a gravidez, e seis meses após o parto.
Os pesquisadores acompanharam os pais até quando seus filhos
atingiram a idade de 7 anos, perguntando sobre os problemas
comportamentais das crianças através de um questionário padrão que
avalia cinco domínios, incluindo sintomas emocionais, problemas de
conduta, hiperatividade, relações entre pares e comportamento social.
Além disso, obtiveram diagnósticos de transtorno hipercinético entre
as crianças do estudo a partir de registros de hospitais dinamarqueses.
Mais da metade de todas as mães relataram o uso de paracetamol
durante a gravidez. Os pesquisadores descobriram que as crianças cujas
mães usaram a droga tinham um risco 13 a 37% maior de receber um
diagnóstico hospitalar de distúrbio hipercinético, ser tratado com
medicamentos de TDAH ou apresentar comportamentos de TDAH aos 7 anos.
Quanto mais tempo o paracetamol foi tomado – ou seja, nos segundo e
terceiro trimestres de gravidez -, mais fortes foram as associações. Os
riscos foram elevados para 50% ou mais quando as mães tinham usado o
analgésico comum por mais de 20 semanas na gravidez.
Conclusão
“Sabe-se a partir de dados obtidos em estudos com animais que o
paracetamol é um disruptor hormonal, e exposições hormonais anormais na
gravidez podem influenciar o desenvolvimento cerebral do feto”, disse
Ritz.
Paracetamol pode atravessar a barreira placentária, por isso é
plausível que a droga possa interromper o desenvolvimento do cérebro
fetal, interferindo com hormônios maternos ou através de
neurotoxicidade, como a indução de estresse oxidativo, que pode causar a
morte de neurônios.
“Precisamos de mais pesquisas para verificar estes resultados, mas se
eles se mostrarem verdadeiros, então o paracetamol não deve mais ser
considerado uma droga segura para o uso durante a gravidez”, disse o Dr.
Jørn Olsen, outro autor sênior do estudo. [ScienceDaily]
quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014
Pulmões funcionais.
Pulmões são órgãos notoriamente delicados, o que faz com que doadores utilizáveis sejam difíceis de se conseguir.
No entanto, pesquisadores da Universidade do Texas (EUA) estão
chegando mais perto de enfrentar a escassez de pulmões, criando-os em
laboratório.
Os cientistas usaram pulmões danificados de duas crianças que
morreram em acidentes de carro. Com engenharia de tecidos, arrancaram
todas as células dos pulmões e deixaram para trás apenas sua “forma”, a
intrincada teia de proteínas que mantém as células no lugar.
Em seguida, revestiram esta estrutura com células pulmonares viáveis
de um segundo par de pulmões, não adequados para transplante.
Finalmente, os cientistas colocaram os órgãos resultantes em um banho de
nutrientes durante quatro semanas, para permitir que as células
crescessem e recriassem totalmente o tecido pulmonar.
Os novos pulmões eram idênticos em aparência ao órgão real, apenas
mais suaves e menos densos. Eles não chegaram a ser transplantados, mas a
tecnologia poderia um dia ajudar a encurtar a lista de pessoas à espera
de doadores.
Outras pesquisas já tentaram fazer o mesmo – criar pulmões em
laboratório -, mas retirar todas as células de um órgão era uma tarefa
que podia levar até quatro meses para ser concluída.
O estudo recente introduziu um dispositivo que acelerou esse processo
a até três dias. Os pulmões resultantes são brancos, por causa da falta
de fluxo de sangue no novo órgão.
E quando é que esses pulmões renovados vão salvar a primeira vida humana?
Vai demorar. Embora a equipe tenha sido bem sucedida neste primeiro
passo, precisa de pelo menos 10 anos de avaliações para assegurar que
pessoas possam receber o órgão artificialmente criado.
A boa notícia é que os pesquisadores já planejam começar a testar os
pulmões cultivados em laboratório em suínos no próximo ano. [DiscoverMagazine]
sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014
Ler preserva a memória.
Atividades que exercitam o cérebro, como ler, diminuem até 15% perda de memória.
Cultivar o hábito de ler e escrever regularmente pode contribuir para
preservar a memória por mais tempo. Estudo feito por pesquisadores do
Centro Médico da Universidade Rush, de Chicago, com 294 idosos indica
que se dedicar a esse tipo de atividade reduz a velocidade do processo
de deterioração mental (Neurology, 3 de julho). Essas práticas
saudáveis podem diminuir até 15% o ritmo de progressão da perda da
memória. ”Nosso estudo mostra que adotar atividades que estimulam o
cérebro ao longo da vida, desde a infância até a idade avançada, é
importante para manter a saúde mental na velhice”, diz Robert S. Wilson,
principal autor do trabalho. Não abandonar esse estilo de vida com o
passar dos anos também se mostrou importante. O declínio cerebral entre
os idosos que liam ou escreviam com frequência ainda na velhice ocorreu
em um ritmo 32% mais lento do que entre os que faziam isso com uma
constância menor. Os velhos que quase nunca se dedicavam a essas
atividades apresentaram uma velocidade de deterioração mental 48% maior
do que os que liam e escreviam esporadicamente. Os pesquisadores
acompanharam os participantes do estudo durante cerca de seis anos, até o
momento de sua morte, em média aos 89 anos. Anualmente, submeteram os
idosos a testes de memória e cognição e os entrevistaram sobre seus
hábitos de leitura ao longo da vida. Fizeram ainda uma autópsia no
cérebro dos velhos para determinar a incidência de lesões e placas
associadas a demências.
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