Pulmões são órgãos notoriamente delicados, o que faz com que doadores utilizáveis sejam difíceis de se conseguir.
No entanto, pesquisadores da Universidade do Texas (EUA) estão
chegando mais perto de enfrentar a escassez de pulmões, criando-os em
laboratório.
Os cientistas usaram pulmões danificados de duas crianças que
morreram em acidentes de carro. Com engenharia de tecidos, arrancaram
todas as células dos pulmões e deixaram para trás apenas sua “forma”, a
intrincada teia de proteínas que mantém as células no lugar.
Em seguida, revestiram esta estrutura com células pulmonares viáveis
de um segundo par de pulmões, não adequados para transplante.
Finalmente, os cientistas colocaram os órgãos resultantes em um banho de
nutrientes durante quatro semanas, para permitir que as células
crescessem e recriassem totalmente o tecido pulmonar.
Os novos pulmões eram idênticos em aparência ao órgão real, apenas
mais suaves e menos densos. Eles não chegaram a ser transplantados, mas a
tecnologia poderia um dia ajudar a encurtar a lista de pessoas à espera
de doadores.
Outras pesquisas já tentaram fazer o mesmo – criar pulmões em
laboratório -, mas retirar todas as células de um órgão era uma tarefa
que podia levar até quatro meses para ser concluída.
O estudo recente introduziu um dispositivo que acelerou esse processo
a até três dias. Os pulmões resultantes são brancos, por causa da falta
de fluxo de sangue no novo órgão.
E quando é que esses pulmões renovados vão salvar a primeira vida humana?
Vai demorar. Embora a equipe tenha sido bem sucedida neste primeiro
passo, precisa de pelo menos 10 anos de avaliações para assegurar que
pessoas possam receber o órgão artificialmente criado.
A boa notícia é que os pesquisadores já planejam começar a testar os
pulmões cultivados em laboratório em suínos no próximo ano. [DiscoverMagazine]
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