sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Toxina botulínica.

Toxina botulínica

Dra. Lúcia Helena Mercuri Granero é médica fisiatra, coordenadora do Ambulatório de Bloqueio Químico do Hospital São Paulo da Escola Paulista de Medicina (UNIFESP).
alimentos_d1Toxina botulínica é um composto altamente venenoso. Segregada pelas bactérias Clostridium botulinum e Clostridium parabotulinum, que se desenvolvem em enlatados ou nos alimentos mal conservados, já causou inúmeros envenenamentos. Ao penetrar no organismo, ela provoca náuseas, mal-estar, vômitos e fraqueza muscular progressiva. Caracteristicamente, as pálpebras caem (ptose palpebral).
O comprometimento da contração muscular é responsável pela falta de ar e dificuldade de deglutição que acometem o paciente. Quando a quantidade de toxina é muito grande, a pessoa morre em pouco tempo.
Para entender o que acontece, é preciso lembrar que, entre o músculo e os nervos, há uma placa responsável pela transmissão do estímulo nervoso que produz a contração muscular. A toxina botulínica age nessa placa, dificultando a transmissão do estímulo e levando ao relaxamento da musculatura. É dessa propriedade fisiológica que advém sua utilidade terapêutica. Nos últimos vinte anos, foram apresentados vários trabalhos mostrando que, numa concentração bem baixa, ela pode ser usada para relaxar músculos contraídos, sintoma de patologias como as lesões cerebrais.
Todos conhecem o efeito da toxina botulínica, quando usada com finalidade estética para atenuar rugas do rosto. A musculatura relaxa e a expressão fica menos contraída. Esse é, porém, seu uso marginal, porque há outros muito mais importantes para garantir a qualidade de vida de alguns pacientes.

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